terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Noite Fria


Triste era aquele menino,

Que brincava de rua em rua

Na escura noite da cidade.

Solidão? Não era seu brinquedo

Preferido

Era sua companhia de todos os dias

Sua casa era qualquer lugar

Onde pudesse descansar seu

Corpinho franzino.

Podiam se ver as marcas

Das costelinhas por cima da

Camiseta

Suja e rasgada pelo tempo.

Destino?

Morrer de fome ou tornar-se

Bandido.

A fome doía mais do que uma bala

Encravada no corpo

Dos que tentavam sobreviver

Talvez a bala fosse a solução de

Seus problemas.

Sem pai, sem mãe. Ninguém

Um “cãozinho” sem dono.

Para não ser menino mau

Jogara-se debaixo de um carro.

Morre então, naquela noite fria

O menino que não tinha ninguém.


Por Gêlda Moura



3 comentários:

  1. Realidade fria, como os corações que não enxergam essa realidade, tão bem colocada em palavras fortes.

    Parabéns POETISA...

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  2. Gostei muito do blog. É isso ai! rsrs
    Parabéns viu!
    Sem contar que a poesia é de primeira.
    bjs
    Mirtes Waleska

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  3. Tocante,muito realista também!
    um poema pra refletir

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